quinta-feira, agosto 30, 2012

V



Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.

Talvez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.

Pablo Neruda


Imagem retirada do Google

2 comentários:

Anónimo disse...

Arranjas-me cada uma!!!

O que poderei escrever para comentar Pablo Neruda?

Rien!!!

Bj

Fatyly disse...

A contradição de emoções bem ao estilo de Neruda. Gostei!

Beijocas