terça-feira, agosto 05, 2008

Volta



Enfim te vejo. Enfim no teu
Repousa o meu olhar cansado.
Quando o turvou e escureceu
O pranto amargo que correu
Sem apagar teu vulto amado!

Porém já tudo se perdeu
No olvido imenso do passado:
Pois que és feliz, feliz sou eu.
Enfim te vejo!

Embora morra encontentado,
Bendigo o amor que Deus me deu.
Bendigo-o como um dom sagrado.
Como o só bem que há confortado
Um coração que a dor venceu!
Enfim te vejo!

Manuel Bandeira

Foto:Yuri Bonder

2 comentários:

Fatyly disse...

Puxa...comovente e tanta ternura!***

Paula Raposo disse...

É bom poder ver. Doce poema!