domingo, outubro 28, 2007

Confissão



Dizem que o amor é cego,
não nego,
por isso te abro os olhos:
não tenho bens nem alqueires,
eu não sou flor que se cheire,
nem tão boa cozinheira,
(bem capaz que ainda me piches
por só comer sanduíches),
minha poesia é foleira,
tenho idéias de jerico,
um cio meio impudico
como as cadelas e as gatas,
às vezes me torno chata
por me opor ao que contemplo,
sei que sou péssimo exemplo,
por pouca coisa me grilo,
talvez por mim percas quilos,
eu não sei se valho a pena,
iguais a mim, há centenas,
desejo te ser sincera.
Mas no fundo o amor espera
que grudes qual carrapicho:
são tão grandes meu rabicho
e minha paixão por ti,
que não estão no gibi...
Ao te ver, viro pamonha,
sem ação, e sem vergonha
o meu ser inteiro goza.
Por isso, pra encurtar prosa,
do teu corpo, cada poro
eu adoro adoro adoro...

Leila Míccolis

Foto:Yuri Bonder

3 comentários:

Paula Raposo disse...

Uma foto muito bela.

Fatyly disse...

Fantástico e essa mulher jamais será maria-mole:)))

Já há muito que não lia oa termos brasileiros como "gibi" e "pamonha"!

ADOREI!******

papagueno disse...

"São tão grandes meu rabicho"? LOL!
Eu também adorei beijinhos