domingo, agosto 19, 2007

Do campo dos mortos



Do campo dos mortos
Em terra estrangeira
Por onde passámos
Absortos os dois,
Saímos ilesos de melancolia,
Por irmos tão vivos, tão livres
E juntos os dois.
Em vão sobre as campas
Dos mortos estrangeiros
Visível olvido
Na terra sem rosas votivas
Chamava por nós.
Nós íamos indo,
Felizes, felizes,
E o ventre da terra
Sonhava raízes
À volta de nós.
Nós íamos indo
Na hora que, breve, passava,
Vivendo-a somente.
E a nossa presença encarnava
No campo dos mortos em terra estrangeira
- Passado, passado -
O presente.

Reinaldo Ferreira

Foto:Frédéric Kerikese

1 comentário:

Paula Raposo disse...

Não sei dizer que gosto, quando não gosto. Beijos.