quarta-feira, julho 11, 2007

Rotina



Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos.

Eugénio de Andrade

Foto:Rene Asmussen

8 comentários:

Paula Raposo disse...

Por vezes assim é...beijos, Isabel.

peciscas disse...

Eugénio, tinhas razão!

António disse...

Olá!
Os grandes poetas, em meia dúzia de versos logo se definem.

Beijinhos

António disse...

Ahhhhhh...estava ver onde estaria o comentário...já vi...agora moderas.

Beijos

Mocho Falante disse...

Querida Wind às vezes é assim mesmo, mas ainda bem que nem sempre é assim

Fantástico este poema de Eugénio de Andrade

Beijocas doces

mfc disse...

Tratam-nos como números e querem que sejamos gente?!

Fatyly disse...

A indiferença de muitos!

Beijos

papagueno disse...

E quantas vezes isso n�o acontece?
Grande Eug�nio.
Beijinhos