segunda-feira, maio 07, 2007

E-mail para o Val Carvalho a respeito de um conflito com a mulher, após ter recebido de uma antiga namorada, um mail com beijos e lembranças.



Nestes anos tenebrosos, não dá para esconder foi com um beijo que Judas traiu Jesus.
Foi com beijos que Messalina dissipou a cultura da autoridade na imperial Roma.
Com um simples beijo nossas mães nos deu proteção para, do distante, retornar ilesos.
Com beijos os dois se fundiram até a explosão que promete mais e, por vezes, leva até terceiros.

Afinal que instrumento é este?
Aquele que absorve, pela boca como se ao outro incorporasse,
E até no nordeste se mistura ao olfato no sensível cheiro que além de absorver, aspira.
É o maior instrumento de intimidade e jamais poderia dissolver qualquer coisa em volta.

Mas nestes tempos tenebrosos existem os beijos do ciúme,
Os beijos que de lágrimas escoem queixumes,
Os beijos que na face fria procura vida no cadáver,
Os beijos que na terra fértil promete safra.

E existem tantos beijos que uma simples tela animada de computador,
Não poderia de mim te afastares, pois se o fizeres,
Debruço-me no chão e até teus pés beijarei.
Não te vás.

José do Vale Pinheiro Feitosa

Foto:Konrad Gös

4 comentários:

poetaeusou . . . disse...

/
Não te vás.
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jino
/

papagueno disse...

Gostei do poema e este José Feitosa é que confesso mesmo que não conhecia. Adorei a foto.

Paula Raposo disse...

Beijos, beijos...adoro-os! Sem beijos uma parte de mim morre...

.....e Capricórnia sou eu!!! disse...

Wind,

....

um beijo!verdadeiro.....amigo...companheiro....jovem....mas acima de tudo .... sincero!

:)