quarta-feira, janeiro 24, 2007

Perda



Sinto-me inundada de tristeza
Que me embarga a voz
Aperta-me a garganta
Quase me faz chorar
Lembro-me das pessoas que perdi
Dos que morreram
Dos que desapareceram,
Dos que nunca mais vi
Penso se a minha vida
Teria sido diferente
Se não houvesse estas perdas.

Leio o que Miguel Sousa Tavares disse no funeral de sua mãe:

"... E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."
Miguel Sousa Tavares

Não me convenço.
Os mortos que amei
Não me acompanham
Os amigos que se afastaram
Pela lei da vida
Não caminham comigo.
Perdi pessoas
Não o serem minhas,
Mas tão só
Pessoas…

Wind

Foto:Stanmarek

8 comentários:

Hindy disse...

Eis um tema que nos faz pensar...
Lidar com a perda é deveras difícil.Por mais que digamos que quem parte continua connosco, há sempre aquela dor acutilante de não a vermos, não a sentirmos, não a cheirarmos...

Um xi-"hindyado"! :o)

P.S.- Excelente escolha de música!

Anónimo disse...

Não, não é perda.
Quem parte para o lado.
Misterioso da vida.
Ausenta-se...
A morte é sublime.
É libertação.
Do sofrimento, da dor.
Como a Foto.
Libertação, de preconceitos...
Bem ajas...

andorinha disse...

Ao longo da vida perdemos pessoas, certo, mas se quisermos, podemos ir ganhando outras.
Beijos.

Anónimo disse...

Podemos perder aqueles que amamos, mas eles vão sempre viver nas nossas memórias, chamamos a isso saudade. beijos

Maria Carvalho disse...

Eu concordo com o MST. Beijos para ti.

Anónimo disse...

No ponto. Bom dia Wind, bjinho.

Gi disse...

Caminham ao nosso lado, em universos paralelos num caminho feito de estelas. Custa a partida mas fica a consolação que nunca se diz vedadeiramente adeus. Só uma até já. Mas custa tanto este passar de tempo!
Beijos Wind,
Não devia ter lido isto, sou uma pateta.

Fatyly disse...

Podes não te convencer, mas os mortos que amaste e os amigos que se afastaram foram pessoas que te deixaram recordações boas e más e compete-nos fazer uma triagem do que valeu a pena e se valerá ou não continuarmos a pensar neles.

Nunca tive a ilusão da última frase de MST.

Beijos