sábado, janeiro 27, 2007

O último amor



Era o último amor. A casa fria,
os pés molhados no escuro chão.
Era o último amor e não sabia
esconder o rosto em tanta solidão.

Era o último amor. Quem adivinha
o sabor pela escuridão?
Quem oferece frutos nessa neve?
Quem rasga com ternura o que foi Verão?

Era o último amor, o mais perfeito
fulgor do que viveu sem as palavras.
Era o último amor, perfil desfeito
entre lumes e vozes passadas.

Era o último amor e não sabia
que os pés à terra nua oferecia.

Luís Filipe Castro Mendes

Foto:Dennis Mecham

7 comentários:

Maria Carvalho disse...

Gostei deste último amor...obrigada, Isabel pelas palavras no eco. Bom fim de semana. Beijinhos.

Anónimo disse...

Não conhecia e gostei tanto de ler!

Anónimo disse...

Bom dia, bom fim de semana Wind. Um autor que tenho lido a espaços e que conheço mal. Bjinho.

Anónimo disse...

Gostei de ler . Beijinho Wind.

Bom fim de semana.

Márcia Maia disse...

Mais um que eu não conheceia e que gostei muito de ler.
Beijo daqui, desse verão escaldante.

ivamarle disse...

escolheste um poema fantástico que eu não conhecia ;-)

beijinhos!!!!

papagueno disse...

O último amor já passou, anseio pelo próximo.