terça-feira, janeiro 30, 2007

Da inutilidade da palavra



Voltou-se ainda uma vez. Mas ele já desaparecera na multidão.
Àquela hora a estação estava sempre superlotada. Gente apressada.
Perdida entre as pequenas mazelas do dia-a-dia e os sonhos desfeitos.
Retribuindo cuidado e carinho com ironia. Quando não com agressão.
Decidiu ser melhor emudecer. E nunca mais se ouviu a sua voz.

Márcia Maia

Foto:Calvato

11 comentários:

nana disse...

.......

agua_quente disse...

Extraordinária, a Márcia! :)
Beijos

Hindy disse...

Por vezes o silêncio é o descanso da alma...

Beijos :o)

Maria Carvalho disse...

Não seria capaz de me calar. A minha voz é para ser ouvida...

Embryotic SouL disse...

No sublime li-te...

Sempre que a tarde cai soltam-se as amarras ao pensamento, sente o encanto da brisa, olha o sorriso da lua...
Desejo-te uma semana cheia de sonho, de mil venturas.


Doce e terno beijo

poetaeusou . . . disse...

Nunca ames em silencio.
Vai por mim...
Um xino, falante.

Pedro Branco disse...

Assim se passaram anos. As estações não mudaram e as multidões também não. Os olhares e os suores, sempre os mesmos... Mas não desanimou. Sabia que tinha chegado o seu dia. Finalmente. Levantou-se do silêncio e as ondas fizeram-se ouvir. O mar inteiro poisou no eco da sua vida. Decidida abriu os olhos, sorriu ao passado e comentou: "Não me apanhas mais. Afinal não perdi o comboio!"

...

Ainda a procuro. Na esperança que tenha ficado à minha espera. Pouca sorte. O tempo ultrapassou-me. Na estação que é a mesma e na multidão que se mantém formigueira não mais vi a espera. À minha espera. Por isso naquele dia apanhei o comboio e passei a usar o apeadeiro seguinte.

ivamarle disse...

quantas vezes nos vimos confrontadas com a necessidade do silêncio, certos da inutilidade dos discursos, das palavras que o vento leva à força...

JPD disse...

Belo.
:)

Dad disse...

É verdade! Não houve oportunidade para falarmos mas ficará para uma outra vez, concerteza!

Obrigada pelas suas palavras. Espero corresponder sempre àquilo que os outros sentem que eu sou.

Muitas vezes leio-a e não tenho tempo para comentar mas os silêncios não significam distanciamento das palavras.

Espero que o próximo jantar possa vir a ser, também um momento agradável nas nossas vidas. A vida é tão curta que deveremos fazer dela um momento de prazer e alegria por encontrarmos outros seres humanos que, por alguma razão, nem sempre por nós perceptível, se cruzaram na nossa vida, nem que esse meio seja a blogosfera!

Um beijinho para si,

Special K disse...

Olá Wind é só para dizer que podes por tudo o que quiseres à vontade. Já agora excelente escolha musical, gosto muito do J.J.
Um beijo.