quarta-feira, janeiro 25, 2006

Epístola sobre o suicídio



Matar-se
É coisa banal.
Pode-se conversar com a lavadeira sobre isso.
Discutir com um amigo os prós e os contras.
Um certo pathos, que atrai
Deve ser evitado.
Embora isto não precise absolutamente ser um dogma.
Mas melhor me parece, porém
Uma pequena mentira como de costume:
Você está cheio de trocar a roupa de cama, ou melhor
Ainda:
Sua mulher foi infiel
(Isto funciona com aqueles que ficam surpresos com essas coisas
E não é muito impressionante)
De qualquer modo
Não deve parecer
Que a pessoa dava
Importância demais a si mesmo

Bertolt Brecht

Foto:Gianni Candido

4 comentários:

Anónimo disse...

É bem mais fácil arranjar a culpa para a morte, como se necessidade dela fosse necessário. Sabemos ( pelo menos deveriamos saber ) que é tão natural como o acto de nascer: uma e outra são amantes à nascença. Um texto simples que explica a banalidade da "coisa". Obrigado pela partilha... Voltarei!!!

hfm disse...

Brecht sempre!

Mocho Falante disse...

não conheço o poeta, mas o cantor esse sim, o fantastico Falco, adoro

beijocas

A .Carlos disse...

Olá Wind,
Suicidio. é algo que não compreendo,faz-me confusão, fax-me medo.
porque não sei, se é o não ter coragem para enfrentar algo, ou se é um acto de coragem, têr força para o fazer, não sei francamente,
o desespero e o abandono da vida, pode-nos levar a tudo, desde a fuga para a frente, até simplesmente ao desistir de tudo, ao acabar com o sofrimento.
Não sei mesmo.
Bjs Wind
:)